Este, do meu santo protetor, mestre, guru e porta voz, Álvaro de Campos, nunca é demais reler:
Daí-me rosas e lírios,
daí-me flores, muitas flores
quaisquer flores, logo que sejam muitas...
Não, nem sequer muitas flores, falai-me apenas
em me dardes muitas flores,
Nem isso... Escutai-me apenas pacientemente quando vos peço
que me deis flores...
Sejam essas as flores que me deis...
Ah, a minha tristeza dos barcos que passam no rio,
sob o céu cheio de sol!
A minha agonia da realidade lúcida!
Desejo de chorar absolutamente como uma criança
com a cabeça encostada aos braços cruzados em cima da mesa,
e a vida sentida como uma brisa que me roçasse o pescoço,
estando eu a chorar aquela posição.
O homem que apara o lápis à janela do escritório
chama pela minha atenção com as mãos no seu gesto banal.
Haver lápis e aparar lápis e gente que os apara à janela é tão estranho!
É tão fantástico que estas coisas sejam reais!
Olho para ele até esquecer o sol e o céu.
E a realidade do mundo faz-me dor de cabeça.
A flor caída no chão.
A flor murcha (rosa branca amarelecendo)
caída no chão...
Qual é o sentido da vida? - (Álvaro de Campos?).
memorável!!!
ResponderExcluira pouco tempo assisti a peça "a natureza do olhar" com elisa lucinda(textos do pessoa), lembrei-me dessa maravilhosa passagem.
beijo.
(e confesso que tenho queda por caieiro...)
ResponderExcluirComentar essa poesia seria sacrilégio.
ResponderExcluirPortanto , só a sinto , respiro viva dentro dela ...
BjO.
A vida é isso mesmo... um homem aparando lápis à janela do escritório...
ResponderExcluirQueria escrever pelo menos metade disso... um terço que fosse... mas ando até conformada... fazer o quê?
É a vida... e vou aparando minhas arestas...
;*
Bjo, Dário.
Dario este poema é tudo de bom, obrigado por compartilhar.
ResponderExcluirvc ja viu a exposição no museu da lingua portuguesa?
ResponderExcluirobrigado por oferecer o teu selo!
beijo!
Eu tenho a poesia completa de Álvaro de Campos...
ResponderExcluirPode até ser exagero o que vou dizer, mas digo:
Comparo o livro à caverna de Ali Babá... é só dizer "Abre-te Sézamo" e a mágica acontece...
Beijo!
o sono e a fome nos fazem barbaridades! rsrsrsrs
ResponderExcluirbeijo!
"E de folhas breves.
ResponderExcluirE basta".
RR
abraço
Dário, eu ia te mandar...mas olha como fizeram o selinho! ahhahah Também achei "estranho"!Rs Mas, meu amigo, tu és tão merecedor quanto nós, mulheres e a Campanha se estende a vocês, homens também! Pegue seu selinho e participe! Bjs, querido blogueirOOOOO! :)
ResponderExcluirRelendo essa poesia que é fonte
ResponderExcluirde vida ...
BjO e um Dia Feliz !
Não ter sentido, quem sabe.
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