domingo, 23 de outubro de 2011

CONVICÇÃO



Ela há de vir, envolta na sua finíssima palidez, e presente será ainda mais etérea do que o onirismo agora traz. De tão bela alvura, não a das flores nem a das nuvens, e sim aquela que faz inveja aos anjos. Não assusta por ser desconhecida, é antes uma nova fome com que me devoro, já saciado que estou de tempo. Virá branda e calma, nova mãe a me acalentar, a repor no lugar os delírios que pendem fora da alma, a aliviar o peso grande demais deste coração que carrego. Num relance colocará a minha frente a parca epopeia dos meus anos, soprará deles o cinza, e sorrindo dirá, mostrando as cores reaparecidas: nem custaram tanto a passar, não é? E eu convencido, me darei um meio sorriso como presente de despedida, já que sorrisos plenos não os tive durante a vida, e seguiremos juntos por alguns momentos, discutindo quem sabe, o lirismo que desperdicei. Depois, ela imponente e serena seguirá com seu sorriso tranquilo. E eu... – (Dário B.)






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