quinta-feira, 11 de agosto de 2011

DESPERTA




Acorda Poeta
Parasita da alma
Que a vida é um só momento
A vida é só tormento
É recolher os cacos da mãe
Que escaparam ao câncer
É vestir o corpo do pai
Que já não era o teu.

Acorda Poeta
Proxeneta da palavra
Que a vida é muco, bílis e escarro
Apoplexia, aborto e convulsão
Carquilha, petéquia, ulceração
Prurido no membro amputado
Célula vencida
Podridão.

Acorda Poeta de merda
Que na vida a tua ausência
Preenche uma lacuna
Estorvo, nada és, nada serás
Crês mesmo, que alguma falta farás?

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

O QUE?








E o que é que se busca afinal? A mulher companheira, amiga, amante, sem igual. O olhar do cão, muito mais que irmão, jamais animal. Café fresco, a cinza fresca, caída em cima do jornal. Um perfume boiando na casa, tornando a manhã ideal. A goiabeira, o pé de pitanga no fundo do quintal. Sol quente no rosto, cheiro da roupa quarando no varal. Um assobio que resuma todo saber musical. Olhar as folhas dançando conduzidas pelo mistral. No corpo a preguiça, moleza de feriado nacional. O Sol partindo, adeus irisado, fenomenal.  A noite, o escuro, o sossego afinal. Na prece um pedido, a busca de um carinho divinal. Um pouco de choro, o silencio, a alma imortal? Só quatro bons amigos, pra carregar o esquife depois da hora fatal. – (Dário B.).



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