segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007

REFÚGIO

Acode-me, Arte da Poesia,
tu que sabes todos os remédios.
Por que dela o riso, já não mais cai sobre mim,
a suavizar as marcas da face,
e as cicatrizes do corpo?
Por que a prata do seu olhar,
não mais fulge cores no meu ver?
Que é da nuvem de cabelos,
a agasalhar meu frio infinito?
Onde tocam as suaves mãos,
mães de magias sem fim?
Como de novo acompanhar,
a febril dança dos seus pés?
Quando outra vez repousar,
no indizível leito do seu corpo?
Faz chegar os teus remédios, Arte da Poesia,
ainda que só por um instante.
Ameniza a dor deste punhal,
com a Fantasia e a Palavra. - (Dário B.).

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