Breve momento em que a alma desperta
meu peito nu sobre teu peito
o eco de todos os gritos num só suspiro
e riso e choro não contidos
se fazem moldura
deste instante antes não vivido.
Eu estava imóvel e tu vieste
me carregando como o vento leva as folhas
numa curiosa tormenta de suavidades
dança nua do amanhecer.
Beijo de leve tua face adormecida,
tomo entre as minhas tuas mãos.
E nessa tão inocente entrega
abrem-se as asas contidas
num gesto livre e sereno.
Sobrevôo do desejo...
“Qué es poesia?... y tú me lo preguntas?... poesia... eres TÚ./
ResponderExcluirGustavo Adolfo Bécquer/
Lindo teu blog! Que bom que eu o encontrei... Obrigada, Poesia
Simplesmente..apaixonante!!! Inspiradíssimo!!! Que mais posso te dizer?? Bravo!!! Bis!!!!!
ResponderExcluirAmei...Bjos poeta
ResponderExcluirTudo o que tenho a dizer é que me lembrou uma poesia de Vinícius e, se bem amas este mestre tanto quanto eu, sabes que é um elogiozão e tanto. Mas você, claro, é muito melhor do que ele. (puxa-saco)
ResponderExcluirAusência
Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado.
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne como nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face.
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada.
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite.
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa.
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço.
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas.
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.
Ana Blue
O despertar é um momento tão breve... e nesse recorte raro do tempo estão contidas todas as ânsias do (re) começar.
ResponderExcluir(Sabe que é muito bom te ler?)
=)