quinta-feira, 11 de agosto de 2011

DESPERTA




Acorda Poeta
Parasita da alma
Que a vida é um só momento
A vida é só tormento
É recolher os cacos da mãe
Que escaparam ao câncer
É vestir o corpo do pai
Que já não era o teu.

Acorda Poeta
Proxeneta da palavra
Que a vida é muco, bílis e escarro
Apoplexia, aborto e convulsão
Carquilha, petéquia, ulceração
Prurido no membro amputado
Célula vencida
Podridão.

Acorda Poeta de merda
Que na vida a tua ausência
Preenche uma lacuna
Estorvo, nada és, nada serás
Crês mesmo, que alguma falta farás?

10 comentários:

  1. a inutilidade mais que necessária, não faz falta mas amplia ausências,


    abraço

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  2. Todo mundo quer ser apreciado, precisamos disso.

    * Sempre bem-vindo ao Palavras, viu? E eu gosto de palpites, muitos. Fica à vontade! ;)

    Beijo grande, moço.

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  3. É poeta a vida é assim um amor em vão, mas é bom! gostei claro do seu poema e muito estais numa evolução genial.

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  4. Olá, estou visitando seu blog pela primeira vez por indicação de uma amiga, a quem fico muito agradecido, pois estou impressionado com o que li aqui. É admirável a capacidade que você tem de transformar sentimentos, mesmo os ruins, numa beleza sublime através dos seus versos e prosas. Há uma grande intensidade no que você escreve, mesmo em se tratando de coisas do cotidiano. Isto é, você consegue ver a grandiosidade em coisas simples e, na minha opinião, isso é o que difere a verdadeira vida de uma simples passagem por esse planeta.

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  5. gosto do tom agressivo disso!!!

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  6. Oi Poeta,
    quanta pretensao temos, às vezes, em "sermos".
    Teu poema é fortíssimo.

    Outro beijo grande,
    ótimo fim de semana!

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  7. Gosto de poemas fortes, intensos, feito grito na madrugada, porque perpetua na alma.

    O poeta com certeza esta acordado e atento, mesmo que isso doa.

    Um abraço,

    Suzana/LILY

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  8. "Crês mesmo, que alguma falta farás?"

    Lembrei-me do poema "Elementar",
    publicado no Doce de Lira há algum tempo
    e também em Maria Clara: Universos femininos.

    Minha indagação final foi:
    o poeta acredita que existe?

    Grande abraço,
    Renata Aragão
    - Confeiteira do Doce de Lira -

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  9. Adorei já estou te seguindo,beijos.
    http://segredosnoblog.blogspot.com/

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